quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Os filósofos e a crise - by Leonardo Boff + Biografia







De educador para educador

Os filósofos e a crise



Não são poucos os que veem a crise atual como uma crise de ética. Neste artigo Boff aponta dois valores éticos fundamentais para que a situação encontre um equilíbrio aceitável

Curiosamente, não são poucos os analistas que veem a crise atual para além de suas várias expressões (energética, alimentaria, climática, econômico-financeira) como uma crise da ética. A começar pela escassez do crédito. Crédito vem do latim credere que significa ter fé e confiança. Essa é uma atitude ética. Ninguém mais confia nos bancos, nas bolsas, nas medidas convencionais. A economia precisa de créditos para funcionar, quer dizer, as instituições e as pessoas precisam de meios nos quais possam confiar e que não sejam vítimas dos Madorffs que pecaram contra a confiança.
Mesmo que a crise demande um novo paradigma para ser sustentável a longo prazo, é urgente encontrar medidas imediatas para que todo o sistema não sossobre, levando tudo de roldão. Seria irresponsabilidade não tomar medidas ainda dentro do sistema, mesmo sem uma solução definitiva.
Vejo dois valores éticos fundamentais que devem estar presentes para que a situação encontre um equilíbrio aceitável. Dois filósofos alemães nos podem iluminar: Immanuel Kant (+1804) e Martin Buber (+1965). O primeiro se refere à boa-vontade incondicional e o segundo à importância da cooperação.
Diz Kant em sua Fundamentação para uma metafísica dos costumes (1785): "Não existe nada em nenhum lugar do mundo nem fora dele que possa ser considerado irrestritamente bom senão a boa vontade". Que ele quer dizer com isso? A boa vontade é a única atitude que, por sua natureza, é somente boa e à qual não cabe nenhuma restrição. Ou a boa vontade é boa ou não há boa vontade. Ela é o pressuposto primeiro de toda ética. Se alguém desconfiar de tudo, se colocar tudo em dúvida, se não confiar mais em ninguém, não há como estabelecer uma base comum que permita a convivência entre os humanos.
Vale dizer: quando os G-7 e os G-20, a Comunidade Européia, o Mercosul, o BRIC e as articulações políticas, sindicais, sociais (penso no MST e na Via Campesina e outras) se encontrarem para pensar saídas para crise, deve-se pressupor em todos a boa vontade. Se alguém vai para a reunião para só garantir o seu, sem pensar no todo, acaba nem mais podendo garantir o seu, dado o entrelaçamento existente hoje de tudo com tudo. Repito uma velha metáfora: desta vez não há uma arca de Noé que salva alguns. Ou nos salvamos todos ou pereceremos todos.
Então, a boa-vontade, como valor universal, deve ser cobrada de todos. Caso contrário, não há como salvaguardar as condições ecológicas da reprodução da vida e assegurar razões para vivermos juntos. Na verdade, vivemos num estado de permanente guerra civil mundial. Com a boa vontade de todos podemos alcançar uma paz possível.
Não menos significativa é a contribuição do filósofo judeu-alemão Martin Buber. Em seu livro Eu-Tu, de 1923, mostra a estrutura dialogal de toda existência humana pessoal e social. É a partir do tu que o eu se constitui. O "nós" surge pela interação do eu e do tu na medida em que reforçam o diálogo entre si e se abrem a todos os demais outros, até ao totalmente Outro.
Paradigmática é esta sua afirmação: "se vivermos um ao lado do outro (nebeneinander) e não um junto com o outro (miteinander), acabaremos ficando um contra o outro (gegeneinander)".
Isso se aplica à situação atual. Nenhum país pode tomar medidas político-econômicas ao lado dos outros, sem estar junto com os outros. Acabará ficando contra os outros. Ou todos colaboram para uma solução includente ou não haverá solução para ninguém. A crise se aprofundará e acabará em tragédia coletiva. O protecionismo é o maior risco porque provoca conflitos e, em último termo, a guerra. Não poderá ser mundial porque aí, sim, seria o fim da espécie humana, só regional, mas devastadora. A crise de 1929, mal digerida, ocasionou o nazifacismo e a eclosão da segunda guerra mundial. Não podemos repetir semelhante tragédia.

Leonardo Boff é teólogo.


Matéria extraída da ADITAL Agência de Informação Frei Tito para a América Latina:
www.adital.com.br

Biografia


Leonardo Boff nasceu em Concórdia, Santa Catarina, aos 14 de dezembro de 1938. É neto de imigrantes italianos da região do Veneto, vindos para o Rio Grande do Sul no final do século XIX.Fez seus estudos primários e secundários em Concórdia-SC, Rio Negro-PR e Agudos-SP. Cursou Filosofia em Curitiba-PR e Teologia em Petrópolis-RJ. Doutorou-se em Teologia e Filosofia na Universidade de Munique-Alemanha, em 1970. Ingressou na Ordem dos Frades Menores, franciscanos, em 1959.
Prêmios
Prêmio conferido a Jésus Christ Libérateur. Paris, Du Cerf, como livro religioso do ano na França (1974)
Prêmio conferido a The Lord's Prayer. Quezon City, como livro religioso do ano nas Filipinas (1984)
Herbert Haag Preis Freiheit in der Kirche, prêmio pela liberdade na Igreja, de Luzern,Suíça (1985)
Prêmio conferido a Passion of Christ, Passion of the World New York, Orbis Books, como livro religioso do ano nos USA (1987)
Prêmio Internacional Alfonso Comin, concedido pela fundação Alfonso Comin e pela prefeitura de Barcelona, por seu trabalho comunitário e em prol dos direitos dos empobrecidos e marginalizados (1987)
Prêmio dos editores de livros religiosos em idioma alemão pelo conjunto de sua obra traduzida para o alemão em Frankfurt (1988)
Prêmio Thomas Morus Medaille der Thomas Morus Gesellschaft pela firmeza da consciência (Standfestigkeit des Gewissens) (1992)
Prêmio Nacional de Direitos Humanos (1992)
Prêmio Sergio Buarque de Holanda (Biblioteca Nacional - Ministério da Cultura), para a obra Ecologia: grito da Terra, grito dos pobres. S.Paulo, Ed. Atica, como ensaio social do ano (1994)
Prêmio Right Livelihood (Correto Modo de Vida), conhecido como o Nobel alternativo, Estocolmo, Suécia (2001).
Doutor Honoris Causa da Escola Superior de Teologia, instituição da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, em pelo seu compromisso ecumênico a partir do diálogo com a teologia protestante e à reflexão entre teologia e ecologia (2008).
Biografia
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Leonardo Boff ingressou na Ordem dos Frades Menores em 1959 e foi ordenado sacerdote em 1964. Em 1970, doutorou-se em Filosofia e Teologia na Universidade de Munique, Alemanha. Ao retornar ao Brasil, ajudou a consolidar a Teologia da Libertação no país. Lecionou Teologia Sistemática e Ecumênica no Instituto Teológico Franciscano em Petrópolis (RJ) durante 22 anos. Foi editor das revistas Concilium (1970-1995) (Revista Internacional de Teologia), Revista de Cultura Vozes (1984-1992) e Revista Eclesiástica Brasileira (1970-1984).

Seus questionamentos a respeito da hierarquia da Igreja, expressos no livro Igreja, Carisma e Poder, renderam-lhe um processo junto à Congregação para a Doutrina da Fé, então sob a direção de Joseph Ratzinger, hoje Papa Bento XVI. Em 1985, foi condenado a um ano de “silêncio obsequioso”, perdendo sua cátedra e suas funções editoriais no interior da Igreja Católica. Em 1986, recuperou algumas funções, mas sempre sob severa vigilância. Em 1992, ante nova ameaça de punição, desligou-se da Ordem Franciscana e pediu dispensa do sacerdócio. Sem que esta dispensa lhe fosse concedida, uniu-se, então, à educadora popular[1] e militante dos direitos humanos Márcia Monteiro da Silva Miranda, divorciada e mãe de seis filhos. Boff afirma que nunca deixou a Igreja: "Continuei e continuo dentro da Igreja e fazendo teologia como antes", mas deixou de exercer a função de padre dentro da Igreja[2], [3]. Suas críticas à estrutura hierárquica da Igreja Católica e seus vínculos com a teologia da libertação fazem com que setores católicos considerem-no apóstata.

Sua reflexão teológica abrange os campos da Ética, Ecologia e da Espiritualidade, além de assessorar as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) e movimentos sociais como o MST. Trabalha também no campo do ecumenismo.

Em 1993 foi aprovado em concurso público como professor de Ética, Filosofia da Religião e Ecologia na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, onde é atualmente professor emérito.

Foi professor de Teologia e Espiritualidade em vários institutos do Brasil e exterior. Como professor visitante, lecionou nas seguintes instituições: de Universidade de Lisboa (Portugal), Universidade de Salamanca (Espanha), Universidade Harvard (EUA), Universidade de Basel (Suíça) e Universidade de Heidelberg (Alemanha). É doutor honoris causa em Política pela universidade de Turim, na Itália, em Teologia pela universidade de Lund na Suécia e nas Faculdades EST – Escola Superior de Teologia em São Leopoldo (Rio Grande do Sul).

Sua produção literária e teológica é superior a 60 livros, entre eles o best-seller A Águia e a Galinha. A maioria de suas obras foram publicadas no exterior.

Atualmente, viaja pelo Brasil,dando palestras sobre os temas abordados em seus livros. Vive em Petrópolis (RJ) com a educadora popular Márcia Miranda.


Durante 22 anos, foi professor de Teologia Sistemática e Ecumênica em Petrópolis, no Instituto Teológico Franciscano. Professor de Teologia e Espiritualidade em vários centros de estudo e universidades no Brasil e no exterior, além de professor-visitante nas universidades de Lisboa (Portugal), Salamanca (Espanha), Harvard (EUA), Basel (Suíça) e Heidelberg (Alemanha).

Esteve presente nos inícios da reflexão que procura articular o discurso indignado frente à miséria e à marginalização com o discurso promissor da fé cristã gênese da conhecida Teologia da Libertação. Foi sempre um ardoroso defensor da causa dos Direitos Humanos, tendo ajudado a formular uma nova perspectiva dos Direitos Humanos a partir da América Latina, com "Direitos à Vida e aos meios de mantê-la com dignidade".

É doutor honoris causa em Política pela universidade de Turim (Itália) e em Teologia pela universidade de Lund (Suécia), tendo ainda sido agraciado com vários prêmios no Brasil e no exterior, por causa de sua luta em favor dos fracos, dos oprimidos e marginalizados e dos Direitos Humanos.

De 1970 a 1985, participou do conselho editorial da Editora Vozes. Neste período, fez parte da coordenação da publicação da coleção "Teologia e Libertação" e da edição das obras completas de C. G. Jung. Foi redator da Revista Eclesiástica Brasileira (1970-1984), da Revista de Cultura Vozes (1984-1992) e da Revista Internacional Concilium (1970-1995).

Em 1984, em razão de suas teses ligadas à Teologia da Libertação, apresentadas no livro "Igreja: Carisma e Poder", foi submetido a um processo pela Sagrada Congregação para a Defesa das Fé, ex Santo Ofício, no Vaticano. Em 1985, foi condenado a um ano de "silêncio obsequioso" e deposto de todas as suas funções editoriais e de magistério no campo religioso. Dada a pressão mundial sobre o Vaticano, a pena foi suspensa em 1986, podendo retomar algumas de suas atividades.

››› na cadeira de Galilei Galileu

Em 1992, sendo de novo ameaçado com uma segunda punição pelas autoridades de Roma, renunciou às suas atividades de padre e se auto-promoveu ao estado leigo. "Mudou de trincheira para continuar a mesma luta": continua como teólogo da libertação, escritor, professor e conferencista nos mais diferentes auditórios do Brasil e do estrangeiros, assessor de movimentos sociais de cunho popular libertador, como o Movimento dos Sem Terra e as comunidades eclesiais de base (CEB's), entre outros.

Em 1993 prestou concurso e foi aprovado como professor de Ética, Filosofia da Religião e Ecologia na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Em 8 de Dezembro de 2001 foi agraciado com o premio nobel alternativo em Estocolmo (Right Livelihood Award).

Atualmente vive no Jardim Araras, região campestre ecológica do município de Petrópolis-RJ e compartilha vida e sonhos com a educadora/lutadora pelos Direitos a partir de um novo paradigma ecológico, Marcia Maria Monteiro de Miranda. Tornou-se assim ‘pai por afinidade’ de uma filha e cinco filhos compartilhando as alegrias e dores da maternidade/paternidade responsável. Vive, acompanha e re-cria o desabrochar da vida nos "netos" Marina , Eduardo, Maira, Luca e Yuri.

É autor de mais de 60 livros nas áreas de Teologia, Ecologia, Espiritualidade, Filosofia, Antropologia e Mística. A maioria de sua obra está traduzida nos principais idiomas modernos.
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LEONARDO BOFF: A vida aos 70 anos: um sonho matinal


Leonardo Boff *

Adital - Agradecimento à homenagem de entidades petropolitanas ligadas aos direitos humanos.

Nesta data de 16 de dezembro de 2008 marcará a minha vida de teólogo e de militante dos direitos humanos e ecológicos a partir da opressão social e da devastação natural. Estou recebendo, na minha cidade de adoção, Petrópolis, Rio, esta homenagem por parte daqueles com os quais caminhei nos últimos 30 anos, grande parte gente do povo, das comunidades da periferia da cidade mas gente que se sente cidadão com direitos, dignidade e em harmonia com a natureza.

Agradeço as palavras comovidas de Maristela Barenco, uma das melhores alunas de teologia que tive, pedagoga, psicóloga e atualmente coordenadora pedagógica do Centro de Defesa dos Direitos Humanos. As palavras do confrade Frei Alamiro da Silva me religaram à caminhada comum como franciscanos junto com os Sem Terra, os Sem Teto, no empenho pelos direitos dos oprimidos e ao empenho no projeto justiça, paz e integridade do criado que a Ordem Franciscana já há anos tem assumido.

As palavras do teólogo jesuíta Pe. João Batista Libânio, de Belo Horizonte, me comoveram especialmente porque traçou os marcos de uma caminhada que fizemos juntos desde os longíquos anos 70 do século passado até o presente momento. Mais que amigo se tornou um irmão fiel e testemunho de uma mesma articulação da fé a serviço da vida e dos sofredores deste mundo. Dotado de vasta cultura humanística, soube sempre unir rigor do conceito com o senso de humor e de leveza em suas exposições.

Aos presentes fiz, em forma improvisada, um breve balanço de meu percurso teológico que aqui transcrevo. Reparando bem, cada viragem em meu pensamento, dentro de um continuum de fundo, está ligada a uma crise existencial. Como vivemos tempos de crise sistêmica, não é sem sentido entender uma caminhada de tantos anos no arco do fenômeno da crise. Pois cada crise funciona como um crisol que acrisola a essência das opções e assim permite um salto novo na história pessoal.

1. O sentido da velhice e do trabalho

Antes de mais nada, reconheço o rápido passar dos anos e o irromper inesperado da velhice. Ela é mais que uma fatalidade biológica. É uma oportunidade que Deus e a vida me oferecem para concluir o que um dia começou: a plasmação de minha própria vida para que ela chegue a certa plenitude à semelhança de uma fruta que deve madurar para ser recolhida para o festim do Senhor. Sempre tentei levar minha vida à luz do mistério de Deus, sem nunca saber exatamente qual seja seu designo sobre meu caminhar. E também sem entender a própria vida que me surge mais e mais como um mistério, bem como a vida em geral e o universo em evolução.

Dou-me conta da verdade do salmista: "somos como um sonho matinal, transitórios como a erva"(90,5).Os achaques já vão se manifestando como "o fio de prata que se solta, a taça de ouro que se despedaça, o cântaro da fonte que se quebra, a roldana do poço que se parte" (Eclo 12,6). Mas, mesmo nestas condições crepusculares, caminho não para o fim mas para a Fonte da perene juventude divina.

Em segundo lugar, me sinto um trabalhador de pesado trabalho. E nisso me uno a todos os trabalhadores do mundo. Puxei a enxada quando era pequeno. Depois me confrontei com a pena e a escritura, de dia, de noite, nos fins de semana, nos feriados e nas férias, ano após ano. Trabalhei muito ao compor meus escritos seja pesquisando, seja dando-lhe forma literária. Inconscientemente realizava o propósito do Criador: "investigar e explorar é a tarefa ingrata que Deus impôs aos seres humanos" (Eclo 1,13). Tarefa ingrata porque nunca está pronta e acabada. Sempre de novo deve ser retomada para que nos brinde novas janelas pelas quais vemos diferentemente a realidade.

Mas testifico com a experiência pessoal o que adverte o sábio: "escrever livros e mais livros nunca tem fim e muito estudo desgasta o corpo" (Eclo 12,12).


2. Marcos de uma caminhada

a) Habitar o mundo franciscanamente

Meu primeiro universo foi o franciscanismo. É uma das mais humaníssimas tradições espirituais da história. Toda minha vida e visão de mundo veio marcada pelos longos anos de vida dentro da Ordem Franciscana. Ser franciscano constitui uma forma de habitar o mundo, procurando a confraternização com a natureza e vivendo a jovialidade da dimensão de bondade do mundo. Li os clássicos da filosofia e teologia medieval que a Ordem produziu, desde Alexande de Hales até Guilherme de Ockam. Fui muito influenciado por São Boaventura pelo seu pensar sacramental e por Duns Scotus pelo rigor de seu universo conceptual e genialidade de visões ainda não suficientemente avaliadas pela Igreja. Mas o fato de Martin Heidegger ter feito sua tese de doutorado sobre ele e o teólogo protestante W. Pannenberg ser um dos especialistas em seus escritos mostram a riqueza de seu pensamento. Mas o franciscanismo significava uma espécie de ecclesiola, uma pequena igreja que se basta a si mesmo, com seus santos, doutores, liturgia própria e respeitabilidade que lhe vem da figura arquetítipica de São Francisco.

b) A Igreja sacramento de salvação e de libertação

O Concílio Vaticano II (1962-1965) e meus estudos em Munique na Baviera (1965-1970) me despertaram para um mundo que ia alem do franciscanismo. Era a Igreja que se aggionava, vale dizer, que se atualizava mediante um vigoroso dialogo com o mundo moderno, com a ciência, com o trabalho, com o novo humanismo e o processo de emancipação, chamada pelos Padres Conciliares de "legítima autonomia das realidades terrestres". Foi um tempo de entusiasmo e de experiência de libertação de um sufocamento espiritual que tornava a liberdade de pensar uma aventura arriscada e suspeita de infidelidade. Igreja institucional travara longa e inglória batalha contra a modernidade e suas conquistas intelectuais e políticas Agora se estabelecera, finalmente, uma espécie de pacificação entre Igreja e mundo a serviço daquilo que é bom e verdadeiro para a humanidade, pois tais valores possuem sua última origem em Deus. Talvez o tema do documento mais significativo do Concílio seja este que tem como titulo: "A Igreja dentro do mundo moderno". Não é mais o mundo que é trazido para dentro da Igreja. É a Igreja que se descobre dentro do mundo, a realidade maior e mais desafiante. A Igreja se apresentava como o sacramento de salvação para o mundo, vale dizer, sinal e instrumento de uma salvação já conseguida por Cristo e oferecida a toda a humanidade. Esse foi também o tema de minha tese em alemão, publicada depois sob os auspícios do então Prof. Joseph Ratzinger. Vivia tempos de primavera e de grande otimismo.

Ao regressar ao Brasil, junto com tantos outros, logo me dei conta de que o desafio maior para nós não era "a Igreja dentro do mundo moderno", mas a "Igreja dentro do submundo moderno". Aquele mundo moderno com sua ciência e técnica e seus processos emancipatórios significavam armas com as quais nos submeiam ou incorporavam ao seu projeto. A primeira formulação representava a visão do primeiro mundo, rico e bem situado dentro da cultura dominante. A segunda, focalizava a ruptura, a denúncia da existência de um sub-mundo e de uma sub-humanidade produzida pela modernidade. Que significa ser sinal e instrumento de salvação num contexto de subdesenvolvimento entendido como dependência, agregação ao projeto das nações opulentas? Se esta situação configurava uma opressão, então a missão da Igreja era apresentar-se como sacramento de libertação. Como fazer das não-pessoas, pessoas com autonomia e direitos?

Foi o que pude entender e articular de forma mais orgânica no me livro Igreja: carisma e poder e Eclesiogênese a reinvenção da Igreja a partir da base.

Hoje assistimos a um retrocesso significativo por parte do governo central da Igreja em Roma. Procura-se ler o Vaticano II na ótica do Vaticano II, quer dizer, ler a pastoral à luz do direito canônico. Esta opção está mediocrizando toda a Igreja e incentivando um fundamentalismo "debole" nos novos movimentos laicais e nos pronunciamentos das autoridades centrais da Igreja. Volta o temor a tudo o que é moderno, rebaixado a relativismo. O temor é o oposto da fé. Minha postura fundamental sempre foi essa: Cristo não nos chamou para ficarmos fixados no porto seguro. Convocou-nos in altum, para ir ao mar alto e enfrentar as ondas perigosas. Não pedimos: "Senhor, Senhor, livre-nos das ondas ameaçadoras. Mas dá-nos forças para suplantá-las". O cristianismo é para coisas grandes e generosas e não para consolar espíritos pusilânimes.

c) Os pobres nos interpelam e nos julgam

A consciência de que mundo desenvolvido e mundo subdesenvolvido foram um todo desigual e interdependente, com claro processo de dominação de uma parte sobre a outra, me fez descobrir o universo dos pobres. Os pobres compõem a paisagem dolorosa e uma chaga sangrando visivelmente em nossa sociedade. O escândalo desta anti-realidade feriu a sensibilidade humana e cristã dos teólogos nos vários paises da América Latina. Logo percebi que o pobre, na verdade, é um empobrecido, alguém que, por mecanismos econômicos, políticos e culturais é feito oprimido. Ele clama por libertação. A Igreja, com a nova consciência despertada pelo Vaticano II, colocava-se do lado deles. Fez a opção pelos pobres e contra a pobreza. Talvez seja o gesto profético e pastoral mais importante de sua história latino-americana. Optar pelo pobre era optar por sua força histórica, por sua capacidade de fazer da fé um fator de resistência, de contestação e de libertação. Não é a Igreja que liberta o pobre. Ela se faz aliada à sua gesta e assim participa da bem-aventurança dos pobres. Os teólogos que assumem a causa dos pobres, fazem-se teólogos da libertação, mas de segunda mão, porque eles não são pobres nem vêm do mundo dos pobres. Todos vêm da escola do faraó. Mas podemos frequentar a escola dos pobres e nos fazermos aliados deles e assim, por adesão, teólogos da libertação.

Lentamente, foi crescendo na consciência dos teólogos e das teólogas os vários rostos de pobre: o econômico, o indígena, o negro, a mulher, o portador de alguma discriminação. Cada opressão é concreta e reclama uma libertação concreta, singular para o negro, para o índio, para a mulher, para o hanseniano ou o simplesmente pobre econômico. Nele foi-nos concedido ver o rosto crucificado de Jesus que continua a gritar em sua paixão, esperando que alguém o abaixe da cruz. Esta experiência de encontro conferiu singularidade à teologia da libertação. Destruí-la no zelo da pureza da fé e no afã do rigor do método, colocando o Crucificado de um lado e os crucificados do outro - coisa que algum teólogo ousou fazer - é não ter entendido nada da originalidade do cristianismo, esquecendo o que nos diz a palavra da revelação: "se tiver tanta fé a ponto de transportar montanhas, mas não tiver amor, nada sou" (1Cor 13,2). Portanto, tal teologia "nada é" (coisa que o diabo gosta), pois ela para nada serve no momento supremo da história quando enfrentaremos o Juiz do tempo e da eternidade. Nosso compromisso com os pobres, julga da verdade ou do cinismo de nossa teologia, feita no contexto brasileiro e latino-americano.

Abordei todo tipo de temas e invadi muitos campos do saber, mas nunca esqueci os pobres, nossos mestres e doutores e nossos mediadores diante do Juízo derradeiro.

d) A nossa irmã e mãe Terra e Gaia

Os pobres gritam porque são oprimidos. A teologia da libertação nasceu tentando fazer justiça ao grito deles. Mas não apenas os pobres e oprimidos gritam. Gritam as florestas, as águas, os animais, grita a natureza e geme a Terra. Todos estão submetidos a um processo sistemático de opresso e devastação. Não apenas os pobres, mas todos estão reféns de um paradigma que já há mais de 300 anos se propôs explorar de forma ilimitada todos os recursos e serviços da Terra. É o paradigma da vontade de poder como dominação. Dai sermos todos oprimidos e necessitados de libertação. Como fazer valer a vontade de viver?

Desde os anos 80 do século passado que se tornou para mim clara esta quaestio magna. Se a teologia da libertação quer ser integral como sempre quis, deve incluir a libertação da natureza e da Terra, chamada por São Francisco de irmã e mãe e os modernos de Gaia. Deve ouvir e articular os dois gritos, dos pobres e da Terra. Deve ser uma ecoteologia da libertação integral.

Se não mudarmos de paradigma de produção, de consumo, de relações com a natureza e com os demais seres humanos, não superaremos a crise atual que, eventualmente, nos poderá levar ao colapso da espécie humana.

Por causa deste meu empenho pela ecologia em seu sentido mais amplo, ambiental, social, mental e integral, dediquei-me a estudar e a me apropriar dos dados mais seguros da nova cosmologia, da física quântica, da nova biologia e antropologia. Foi um trabalho árduo de anos de trabalho ininterrupto. Em razão disso fui convidado a pertencer ao pequeno grupo que animou pelo mundo todo e por fim redigiu a Carta da Terra. Este documento, já assumida pela UNESCO, parte das ameaças que pesam sobre a Terra e, numa perspectiva de esperança e de um novo começo, oferece valores e princípios que nos poderão salvar. Participei ativamente na redação do texto ao lado de M. Gorbachev, S. Rockfeller e outros.

Hoje mais e mais sinto a urgência de a teologia dialogar com estes novos saberes para conhecer melhor nossa história que possui pelos menos 13,7 bilhões de anos e para poder dizer Deus de forma contemporânea e dar-se conta de sua insondável sabedoria e desígnio.

d) Deus: mistério e ternura

A este altura da vida mais e mais ocupa a minha mente e abrasa meu coração a questão de Deus. Todas as questões referidas acima são importantes. Elas não se sucedem. Coexistem e e são complementares. Mas diante de Deus são relativas e, em último termo, um fogo fátuo.

Quem é Deus? Que experiência humana subjaz à fé e à entrega irrestrita a Deus? Por mais que estude os textos sagrados das tradições religiosas da humanidade e os tidos como revelados pela tradição dos filhos e filhas de Abraão, Deus me resulta um mistério. O cristianismo nos revelou que ele não é a solidão do Uno mas a comunhão dos Três. O mistério da Trindade sacrossanto sempre me desafiou intelectualmente e também, se assim posso dizer, misticamente. Defrontei-me com o melhor de minhas capacidades de pensamento. Creio que contribui com algo que não estava claramente presente na tradição.

Para mim, Deus se revelou, de fato, aos seres humanos e ao universo. Revelar-se é entregar-se e é autocomunicar-se assim como ele é. Se ele é Trindade, então ele nos vem ao encontro como Trindade. Não há nenhuma razão teológica que nos obrigue a parar na encarnação do Filho. Sustentei a tese que o Pai se personalizou em São José, o Filho se encarnou em Jesus e o Espírito Santo se espiritualizou em Maria. Assim temos a família divina inteiramente presente na família humana.

Em frente de minha casa plantei três coníferas para dar forma plástica à Trindade humana e divina. Ao sair e ao entrar de casa passo por entre essa Trindade humano-divina. E sinto-me inserido na comunhão eterna. E de noite quando acordo é com essa Trindade plástica que dialogo e rezo reverentemente.

Apesar desta concreção, Deus-Trindade permanece para mim mistério insondável. Termino sempre no nobre silêncio. Mas é um mistério de ternura, de embraçamento e de inenarrável comunhão. Ao tombar como uma árvore, espero cair em seus braços e ser aconchegado em seu útero materno e paterno.

e) A luz convive com as sombras

Até agora me referi à dimensão de luz de minha já longa caminhada. Mas nela há e houve também a dimensão de sombras. Participo, penosamente, da condition humaine onde vige a porção sim-bólica junto com a porçao dia-bólica. Sou teólogo, mas também pecador. Peregrino e também me desgarro. Por isso sou devedor de desculpas e suplicante de perdão.

Tive embates fortes na minha atividade de teólogo. Nunca aceitei o mundo como o herdei. Sempre achei que a Igreja pode ser melhor e mais sacramento de Cristo e do Espírito. Dai se originavam minhas criticas a serem entendidas como um desafio a ser enfrentado. Tive que me submeter às mais altas instâncias doutrinarias da Igreja. Fui punido. Mas nunca guardei rancor. Minhas penas são nada face à paixão diuturna dos pobres. Finalmente, tudo tinha a ver com a sagrada causa dos oprimidos, os amados do Pai. Neste ponto, sem ser presumido, posso confessar que sempre fui um resistente, um resiliente e um perseverante. Jamais deixei de por as mãos no arado e olhei para trás (cf. Lc 9,62). Antes, olhei para cima e para frente encontrando mil razões para continuar na mesma luta embora em outra trincheira.




3. Conclusão: perdi quase tudo, mas ficou a semente

O que restou? Restou a fé, a esperança, o amor, a vida, alguma experiência e principalmente restou a semente. Espero que esta jornada me traga sabedoria que me dignifica como ancião e que me ajude para o grande Encontro, o tão esperado Encontro.

Em minhas labutas conheci o destino da árvore. Ela perdeu a copa e com isso o dialogo com o mundo se tornou mais difícil. Perdi o tronco e assim tive que me fortalecer muito para me manter sustentável. Perdi as raízes e empreendi grande empenho para continuamente me renovar. Perdi a seiva e tive que aprender a conviver com a solidão e a detração. Mas sobrou a semente. Sinto-me hoje apenas semente. E como semente me sinto inteiro. Pois na semente se esconde o frescor da copa, o vigor do tronco, o segredo das raízes e a vitalidade da seiva. Na semente está toda a promessa da vida, das flores e dos frutos. Dela tudo pode renascer. Mas só renasce se, no espírito das bem-aventuranças, eu aceitar o escuro do chão e o destino de toda semente: se não morrer, não dará fruto.

Ficando apenas semente, penso ter sido fiel a mim mesmo e aos apelos que me interpelavam. A semente guarda o propósito do universo e o desígnio do Criador sobre a minha já cansada existência. Com ansiedade espero sua revelação que será na vida para além desta vida.


Fonte: Adital / Leonardo Boff (teólogo peregrino e pecador)
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A Paixão (ou Ódio) segundo Boff
André Melo

Estávamos recentemente limpando nosso arquivo de artigos publicados na imprensa, e encontramos uma matéria publicada em 21 de Novembro de 1993 pela Revista da Folha ("A Paixão de Boff") que trata do ex-frade e de sua "companheira", a "teóloga" Márcia Monteiro da Silva Miranda.



É de escandalizar as almas mais liberais o que declara Boff nesse artigo.

Insatisfeito por escandalizar apenas através de sua rebeldia aos ensinamentos de Nosso Senhor e da Igreja, Boff, agora - quer dizer, há muito tempo, desde 1981 - escandaliza também com sua "relação pós-moderna" (sic!) com uma mulher casada, mãe de 6 filhos e que trabalhava como sua secretária.

A relação foi mantida em segredo por quase 12 anos. Na verdade, nenhum dos dois sabe exatamente quando ela começou. O fato é que hoje Márcia é divorciada e passa dois dias da semana no apartamento de Boff...



Feitiços

Boff se revela também macumbeiro. Conta que em seu apartamento há uma estátua de São Jorge que ele pegou em uma macumba e agora "dorme" embaixo do lavabo, em seu banheiro.

"De cara o santo - que para a Igreja nem mais santo é - não se sentiu a vontade na casa. Bastou colocá-lo sob a pia e o encanamento estourou. O padre Leonardo entrou em ação, tratou de benzer o guerreiro e a imagem sossegou".

Realmente, a linha que separa o marxismo racionalista do misticismo mais furibundo e diabólico é tênue, muito tênue.

Seu charuto predileto era o da marca Oxóssi (antes da fábrica fechar), nome de uma "entidade" do candomblé identificada com São Jorge (pobre São Jorge...). Segundo Boff, o tal charuto Oxóssi possui fumo puro.

Ele explica: "Charuto de despacho não pode ter mistura, o santo não aceita".



Livros

Em seu apartamento há cerca de 4.000 livros. Um pior que o outro.

São livros que vão desde a astrologia até o erotismo mais baixo. Bem baixo. No nível do Boff.



"União pós-moderna"

O teólogo da Libertação define a união com sua amante com entusiasmo: "...é grandioso, extraordinário, é comunhão, é fusão, é transfiguração, é entusiasmo de vida, no sentido grego da palavra entusiasmo".

A revista não deixa de nos explicar qual o sentido grego da palavra entusiasmo. Quer dizer "ter um deus dentro".

Mais uma explicação gnóstica do "romântico" Boff.

Como foi dito, Boff e Márcia não se lembram bem quando começou sua relação. Ela é de família tradicional de Petrópolis (RJ), estudou no colégio Sion e se dedicava ao "trabalho de assistência aos pobres". Juntamente com seu marido, Luiz Gonzaga Paixão Miranda, cedeu um lugar para Boff proferir palestras quando, em 1971, ele foi proibido pelo bispo local, d. Manoel Pedro Cintra, de proferir uma série de conferências sobre a Teologia da Libertação.

Os dois se apaixonaram no final de década de 70, e Márcia acabou se separando do marido que, segundo ela, "foi o primeiro a saber".

Que sinceridade edificante, não?

O amasiado Boff critica o celibato e diz que "a mulher despertou nele sua dimensão feminina".

Trata-se, segundo ele, de um "enriquecimento tão grande" que o faz sonhar. "Eu gostaria que as pessoas, padres, bispos, até o papa, velho como é, descobrissem sua dimensão feminina".

Palavras desencontradas para justificar o horrível crime cometido por esse que ousa insinuar que todos - inclusive o papa! - deveriam, a seu (mau) exemplo, se amasiar.



Os dedos e Boff

Boff não possui as pontas dos dedos médio e anular da mão direita.

Ele as perdeu aos 19 anos, na serraria do Convento São Francisco de Assis, em Santa Catarina.

Guardou-as até ser descoberto pelo superior, que o fez enterrá-las, dizendo que isso ia contra o voto de pobreza do monge.

Parece que ia muito mais contra o bom-senso e contra a sã razão...



Aliança de Coquinho

Ambos, Leonardo e Márcia, usam uma aliança de coquinho, presente de um cacique, Aniceto.

A aliança "identifica em todo o mundo os religiosos e leigos que optaram pelos pobres e pela Libertação".

O tal amuleto tem, portanto, um significado revolucionário. Boff pretende dar um ao papa: "Se ele diz que optou pelos pobres e quer a Libertação, tem de usar o símbolo", intimida o amasiado ex-frade.





Ritos

Como Márcia é casada na Igreja, não poderá oficializar sua união com Leonardo Boff. Ele não parece fazer questão alguma disso: "Não sou a favor de ritos e formas que têm apenas uma função social".

Como herege que é, Boff também se opõe aos ritos da Igreja, formados e enriquecidos pelo Espírito Santo por quase dois mil anos.

Além de herege, Boff é ignorante, desconhecedor do valor e significado dos ritos sacramentais, como o do casamento. Pelo visto, no afã de estudar a revolução, ele se esqueceu de aprender o catecismo.



Boa vida

Mas nem tudo é rebeldia na vida de Leonardo Boff. A sesta de meia hora, o salame (que não pode faltar na geladeira!) e o kibe cru são apreciados.

Perguntado se faz dieta: "Não, como pra caramba. Gosto de tudo".

De tudo, menos da sã doutrina. Dessa fonte ele não bebe....

Boff é o oposto do que todo o padre deveria ser, desde o principal até os mínimos detalhes.



Casamento

Perguntado como define o casamento, sua resposta é .... mística:

"Uma sintonia cósmica de forças e energias que se personalizam e de repente descobrem a sua destinação comum. E se carregam pela eternidade afora, mesmo quando separadas".

Boff, Boff, quem te viu, quem te vê...



Céu, Inferno e Purgatório

Boff diz que não tem medo de morrer.

O céu "é a suprema erupção de todas as potencialidades do ser humano".

O inferno é "a caixa de lixo que Deus não tem. Quer dizer, inventaram que Deus tem uma caixa de lixo, mas não tem".

Que Deus tenha pena de sua alma.

O purgatório? "É aqui".

Tudo muito simples, fácil, onde todos têm o final feliz garantido e sem esforço.

Todas as definições de Boff são heréticas e se opõem ao que dizem as Sagradas Escrituras e ao que a Igreja sempre ensinou.

Vê-se, assim, a que ponto pode chegar a pessoa que se afasta da Igreja para defender seus caprichos. Amasiamento, macumba e gnosticismo fazem parte da vida e das idéias do ex-frade franciscano Leonardo Boff.



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Para citar este texto:
André Melo - "A Paixão (ou Ódio) segundo Boff"
MONTFORT Associação Cultural
http://www.montfort.org.br/index.php?secao=veritas&subsecao=igreja&artigo=paixaoboff&lang=bra
Online, 07/10/2009 às 11:33h

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