Dom Odilo recebe pálio do papa -
Dom Odilo, arcebispo de São Paulo, ao receber pálio (paramento de lã branca com seis cruzes pretas usado em torno do pescoço), dia 29 de junho, em Roma
DOM ODILO PEDRO SCHERER
Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer
Arcebispo metropolitano de São Paulo
Identificação Pessoal
Dados de nascimento
Data: 21/9/1949
Cidade-UF: Cerro Largo, RS
País: Brasil
Filiacao: Edwino Scherer e Francisca Wilma Steffens Scherer
Dados de ordenação
Data da Ordenação Sacerdotal: 7/12/1976
Local Ordenação Sacerdotal Quatro Pontes, Diocese de Toledo-PR
Data da Nomeação Episcopal: 28/11/2001 (Data da carta da Santa Sé)
Data de Ordenação Episcopal: 2/2/2002
Local Ordenação Episcopal Toledo-PR
Data de Nomeação para Arcebispo: 21/3/2007
Posse como Arcebispo: 29/4/2007
Data do Cardinalato: 24/11/2007
Título Cardinalício: Igreja de Santo André, no Quirinal
Dados sobre estudos, formação, atividades, livros e lema
1º Grau Escola Princesa Isabel, em Dois Irmãos, Toledo, PR (1956-1962)
e no Seminário São José, de Curitiba (1963-1966).
2º Grau Seminário São José, Curitiba-PR (1967-1969).
Filosofia Seminário Maior Rainha dos Apóstolos, em Curitiba, e na Faculdade de Educação da Universidade de Passo Fundo-RS (1970-1975).
Teologia Studium theologicum, Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba-PR.
Especialização Mestrado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma (1994-1996).
Doutoramento Doutorado em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma (1988-1991).
Outros Cursos Metodologia do Ensino Superior, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, de Porto Alegre; aperfeiçoamento da língua alemã no Goethe-Institut de Staufen i.Br. (Alemanha), da língua francesa na Universidade de Lyon (França) e da língua inglesa em Londres.
Atividades antes do Episcopado Reitor e professor no Seminário Diocesano São José, em Cascavel-PR (1977-1978);
no Seminário Diocesano Maria Mãe da Igreja, em Toledo-PR (1979-1982 e 1993);
Professor de Filosofia na Faculdade de Ciências Humanas Arnaldo Busatto, em Toledo-PR (1980-1985);
na Universidade Estadual do Oeste do Paraná, em Toledo-PR (1985-1994);
Professor de Teologia no Instituto Teológico Paulo VI, de Londrina-PR (1985);
Vigário Paroquial e Pároco da paróquia-catedral Cristo Rei, de Toledo-PR (1985-1988);
Reitor do Seminário Teológico de Cascavel-PR (1991-1992);
Diretor e professor do Centro Interdiocesano de Teologia de Cascavel (1991-1993);
Reitor do Seminário Maria Mãe da Igreja (1993);
Membro da Comissão Nacional do Clero - CNBB (1985-1988);
da Comissão Teológica do Regional Sul II (1992-1993);
Oficial da Congregação para os Bispos, na Santa Sé (1994-2001).
Atividades como Bispo Bispo Auxiliar de São Paulo, SP (2002-2007);
Secretário-Geral da CNBB (2003-2007);
Secretário-Geral Adjunto da V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe (maio de 2007);
Arcebispo de São Paulo desde 29 de abril de 2007.
No Consistório de 24 de novembro de 2007 foi criado cardeal presbítero pelo Papa Bento XVI, recebendo a igreja titular cardinalícia de Santo André, no Quirinal;
Membro do Conselho Permanente da CNBB (de 2007 a...);
Membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé (de 2007 a...);
Presidente Delegado da XII Assembléia Ordinária do
Sínodo dos Bispos (outubro de 2008); Membro da Pontifícia
Comissão de Vigilância sobre o IOR (de 2008 a...);
Membro da Congregação para o Clero (de 2008 a...);
Membro do Conselho do Sínodo dos Bispos (de 2008 a...);
Enviado especial do Papa Bento XVI para as comemorações dos 30 anos de início da mediação da Santa Sé entre a Argentina e o Chile para a solução do conflito do Canal de Beagle (dezembro de 2008).
Publicações
Livros Escritos Justo sofredor: uma interpretação do caminho de Jesus e do discípulo (Ed.Loyola, 1995).
Artigos em jornais e revistas.
Lema episcopal:
In meam commemorationem”.
contato:
Avenida Higienópolis, 890
01238.908 - São Paulo - SP
Fone: (11) 3826.0133 - R. 234/237 Fax (11) 3825.4414
E-mail: vicariatocom@uol.com.br
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BENTO, BISPO,
Servo dos Servos de Deus,
Ao venerável Irmão Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo no Brasil, eleito Cardeal da Santa Igreja Romana, saúde e bênção apostólica. Como nos tenhas parecido, venerável Irmão, ornado de preclaros dotes e bem merecedor da estima da Igreja Católica e nos tenha parecido bem incluir-te no Colégio dos Padres Purpurados, com a nossa potestade Apostólica, neste Consistório, te nomeamos solenemente Cardeal Presbítero, com todos os direitos e deveres próprios da tua Ordem de Cardeais, e te designamos para o insigne templo de SANTO ANDRÉ NO QUIRINAL, desta preclara Urbe, a cujo Reitor, ao Clero e às demais pessoas que lhe sejam ligadas, paternalmente, aconselhamos que, assim que tomares posse do Templo, te recebam com ânimo muito feliz e te venerem com afeto. De resto, ao mesmo tempo que estamos cheios de imensa alegria porque, participando do Senado da Igreja Católica, tu és para nós uma ajuda no cuidado de importantes assuntos e uma honra para a Sé Romana, elevo ao Benigníssimo Deus fervorosas preces para que te cumule com seus dons e te confirme sempre com sua graça abundante. Dado em Roma, junto de São Pedro, no dia 24 do mês de Novembro, na Vigília da Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei dos Universos, no Ano do Senhor de 2007, terceiro de nosso Pontificado.
Papa Bento XVI
Francisco Bruno,
Protonotário Apostólico
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Dom Odilo Pedro Scherer nomeado cardeal
Nomeação de novos cardeais
Ao final da audiência geral de hoje, 17 de outubro de 2007 , o Santo Padre Bento XVI anunciou para o próximo dia 24 de novembro um Consistório no qual procederá a nomeação de novos cardeais entre eles Dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo da Arquidiocese de São Paulo.
Serão ao todo nomeados 18 cardeais:
1. Dom Leonardo Sandri, Prefeito da Congregação para a Igreja Oriental;
2. Dom John Patrick Foley, Vice Mestre da Ordem Eqüestre do Santo Sepulcro de Jerusalém;
3. Dom Giovanni Lajolo, Presidente da Pontifícia Comissão e do Governo do Estado da Cidade do Vaticano;
4. Dom Paul Joseph Cordes, Presidente do Pontifício Conselho "Cor Unum";
5. Dom Angelo Comastri, Arcipreste da Basílica Vaticana, Vigário Geral para o S.C.V. e Presidente da Fábrica de São Pedro;
6. Dom Stanisław Ryłko, Presidente do Pontifício Conselho para o Laicato;
7. Dom Raffaele Farina, Arquivista e Bibliotecário de S.R.C.;
8. Dom Agustín García-Gasco Vicente, Arcebispo de Valença (Espanha);
9. Dom Seán Baptist Brady, Arcebispo de Armagh (Irlanda);
10. Dom Lluís Martínez Sistach, Arcebispo de Barcelona (Espanha);
11. Dom André Vingt-Trois, Arcebispo de Parigi (Francia);
12. Dom Angelo Bagnasco, Arcebispo de Genova (Itália);
13. Dom Théodore-Adrien Sarr, Arcebispo de Dakar (Senegal);
14. Dom Oswald Gracias, Arcebispo de Bombai (Índia);
15. Dom Francisco Robles Ortega, Arcebispo de Monterrey (México);
16. Dom Daniel N. DiNardo, Arcebispo de Galveston-Houston (Estado Unidos);
17. Dom Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo (Brasil);
18. Dom John Njue, Arcebispo de Nairobi (Kenia).
Além destes serão elevados à dignidade cardinalícia os seguintes nomes:
1. S.B. Emmanuel III Delly, Patriarca de Babilônia dos Caldeus;
2. Dom Giovanni Coppa, Núncio Apostólico;
3. Dom Estanislao Esteban Karlic, Arcebispo emérito de Paraná (Argentina);
4. Pe. Urbano Navarrete, S.I., atual Reitor da Pontifícia Universidade Gregoriana; e
5. Pe. Umberto Betti, O.F.M., atual Reitor da Pontifícia Universidade Lateranense.
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DOM ODILO É NOMEADO MEMBRO PARA
O CONSELHO PONTIFÍCIO PARA A FAMÍLIA
Dia 30 de setembro de 2009, o Papa Bento XVI nomeou
o Arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer,
membro do Conselho Pontifício para a Família.
NOMINE NEL PONTIFICIO CONSIGLIO PER LA FAMIGLIA
Il Santo Padre ha adottato le seguenti decisioni relative al Pontificio Consiglio per la Famiglia:
- ha nominato Membri del Comitato di Presidenza gli Eminentissimi Signori Cardinali: Dionigi TETTAMANZI, Arcivescovo di Milano (Italia); Keith Michael Patrick O'BRIEN, Arcivescovo di Saint Andrews and Edinburgh (Gran Bretagna); Sean Patrick O'MALLEY, Arcivescovo di Boston (U.S.A.); Odilo Pedro SCHERER, Arcivescovo di São Paulo (Brasile); Sua Beatitudine Fouad TWAL, Patriarca di Gerusalemme dei Latini (Gerusalemme); gli Eccellentissimi Monsignori: Socrates B. VILLEGAS, Arcivescovo di Lingayen-Dagupan (Filippine); Francisco GIL HELLÍN, Arcivescovo di Burgos (Spagna).
- ha inoltre nominato Membri del medesimo Dicastero gli Illustrissimi Signori Coniugi: Attila e Júlia GERGELY (Ungheria), Jaime Armando Miguel e Ligia Maria Moniz DA FONSECA (India), David E. e Mary-Joan Osatohanmwen OSUNDE (Nigeria), John S. e Claire GRABOWSKI (U.S.A.), Umberto DÍAZ VICTORIA e Isabel BOTÍA APONTE (Colombia), Leon BOTOLO MAGOZA e Marie Valentine KISANGA SOSAWE (Rep. Dem. del Congo), Naser e Amira (Simaan) SHAKKOUR (Israele), Tomás MELENDO GRANADOS e Lourdes MILLÁN ALBA (Spagna), José Luis e Veronica VILLASEÑOR (Messico).
- ha infine nominato Consultori del medesimo Pontificio Consiglio per la Famiglia i Reverendi Signori: Mons. Livio MELINA, Preside del Pontificio Istituto "Giovanni Paolo II" per Studi su Matrimonio e Famiglia (Italia); Augusto SARMIENTO, Docente presso la Facoltà di Teologia dell'Università di Navarra (Spagna); Brice DE MALHERBE, Docente dell'École Cathédrale e della Facoltà Notre-Dame di Parigi (Francia); P. Edoardo SCOGNAMIGLIO, O.F.M. Conv., Ministro Provinciale dei Frati Minori Conventuali di Napoli (Italia); gli Illustrissimi Signori: Prof. Pierpaolo DONATI, Docente presso il dipartimento di Sociologia dell'Università di Bologna (Italia); Dott. Francesco BELLETTI, Membro della Consulta Nazionale di Pastorale Familiare dell'Ufficio per la Pastorale della Famiglia della Conferenza Episcopale Italiana (Italia); Prof. Stefano ZAMAGNI, Docente presso la Facoltà di Economia dell'Università di Bologna (Italia); Prof. Rafael NAVARRO-VALLS, Docente di Diritto della "Universidad Complutense" di Madrid (Spagna); Prof. Nicolás JOUVE DE LA BARREDA, Docente di Genetica alla "Universidad de Alcalá" (Spagna); Dott. Salvatore MARTINEZ, Presidente dell'Istituto di Promozione Umana "Mons. Francesco di Vincenzo" (Italia); José de Jesús HERNÁNDEZ RAMOS, Consigliere del "Doha International Institute for Family Studies an Development" (Messico); Coniugi Frank e Julie LABODA, (U.S.A.); le Gentili Signore: Prof.ssa Germina Namatovu SSEMOGERERE, Consultore del "Capacity Building Programme for Ministry of Local Government Civil Service Personnel" (Uganda); Prof.ssa Eugenia SCABINI, Preside della Facoltà di Psicologia dell'Università Cattolica del Sacro Cuore di Milano (Italia); Prof.ssa Teresa STANTON COLLET, Docente della "University of St. Thomas School of Law" di Minneapolis (U.S.A.); Prof.ssa Susanne TIEMANN, Docente di Diritto Sociale presso la "Katholische Fachhochschule Nordrhein-Westfalen" di Colonia (Germania); Michaela Freifrau HEEREMAN VON ZUYDTWYCK, Volontaria nell'Associazione "Elternverein Nordrhein-Westfalen" (Germania).
[01405-01.01]
NOMINA DI MEMBRO ORDINARIO DELLA PONTIFICIA ACCADEMIA PER LA VITA
Il Santo Padre ha nominato Membro Ordinario della Pontificia Accademia per la Vita l’Ill.mo Signore Prof. Jean-Marie Le Méné (Francia), presidente della "Fondation Jérôme Lejeune" di Parigi.
[01404-01.01]
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História da Arquidiocese de São Paulo
PRIMEIRA FASE DA DIOCESE (1745 a 1824)
SEGUNDA FASE DA DIOCESE (1824 a 1938)
TERCEIRA FASE DA DIOCESE (1920 a 1964)
QUARTA FASE DA DIOCESE (1964 até 1998)
QUINTA FASE DA DIOCESE (1998 até hoje)
PRIMEIRA FASE DA DIOCESE (1745 a 1824)
No período de 1745 até 1824 vivemos a fase das lutas pela independência da coroa portuguesa e a teologia liberal que impregnará os padres e bispos da época. É tempo de revoltas em toda a colônia com revoluções comandadas inclusive por padres como Frei Caneca na Confederação do Equador no Pernambuco.
Havia uma forte reivindicação de uma Igreja nacional e o ideal de liberdade e emancipação do jugo português vai crescendo até a emancipação. Os grandes senhores agrícolas se estabelecem em torno da cana de açúcar e o trabalho escravo vê reforçado sua crueza no massacre de milhões de africanos trazidos à força pelos navios negreiros. Nações inteiras como os nagôs, bantus, iorubás e jejes são escravizados e forçados pela Igreja a abandonar suas religiões tradicionais africanas assumindo sob o chicote o batismo cristão.
São Paulo teve como bispos neste período Dom Bernardo Rodrigues Nogueira (15.07.1746 - 07.11.1748), Dom Frei Antonio da Madre de Deus Galvão, ofm (28.06.1751 - 19.03.1764), Dom Frei Manuel da Ressurreição (07.12.1771 - 21.10.1789), Dom Mateus de Abreu Pereira (04.11.1795 - 05.05.1824), todos de origem portuguesa.
Este último participou ativamente e assiduamente dos acontecimentos políticos e da Independência do Brasil. Apoiou claramente a independência com o apoio do Cabido e do clero paulista. Fez parte do triunvirato que governou São Paulo. Mesclava idéias regalistas e liberais.
SEGUNDA FASE DA DIOCESE (1824 a 1938)
No período de 1824 até 1938 vivemos o período da reforma católica da Igreja. A sociedade vive o período da revolução industrial nascente e da expansão capitalista. O fenômeno migratório que sempre caracterizou a geopolítica nacional vê-se agora marcado pela imigração de assalariados alemães, espanhóis e italianos. A Igreja vive a crise da formação do Estado liberal e o final do império, com forte característica clerical. É a reforma tridentina enfim chegando com força em terras brasileiras. É a nova cristandade convivendo com a luta abolicionista e a maçonaria. São Paulo passa neste período de 80 mil negros escravos a contar 174 mil escravos, particularmente nas fazendas de café. Em 1852, começam a chegar suíços trazidos para Rio Claro e em seguida alemães e italianos. No dia 18 de julho de 1908, pelo navio Kasato Maru, os imigrantes japoneses chegarão ao interior paulista, instalando-se na linha Mogiana, introduzindo um novo mundo de relações, línguas, costumes e diferenças étnicas e religiosas. Vieram 300 mil alemães, cerca de 60 % luteranos principalmente para o sul do país. Nesta fase chegam os dissidentes da Igreja anglicana, e os templos de Igrejas protestantes são construídos em São Paulo a partir de 1871 sendo que em 1910 chegam os pentecostais.
No dia 03 de julho de 1858 começava a funcionar o Cemitério da Consolação, por ocasião da epidemia da varíola. Este era o primeiro cemitério organizado pela municipalidade. Entre 1775 e 1858 os cadáveres de escravos e indigentes eram amontoados em buracos abertos na rua dos Aflitos, no atual bairro da Liberdade.
Cinqüenta e dois por cento dos 580 mil habitantes da cidade, empregados como mão de obra na indústria paulistana em 1920 eram estrangeiros. A cidade de terra e barro é destruída e o tijolo torna-se o novo material das casas e igrejas. Em seguida o cimento armado. É a revolução das estruturas e arquiteturas.
São Paulo teve como bispos deste período: Dom Manoel Joaquim Gonçalves Andrade (11.11.1827 - 26.05.1847), Dom Antonio Joaquim de Mello, primeiro brasileiro (14.06.1852 - 16.02.1861), Dom Sebastião Pinto do Rego (10.06.1862 - 30.04.1868), Dom Lino Deodato Rodrigues de Carvalho (07.01.1873 - 19.08.1894), quando foram criadas as novas dioceses de Porto Alegre (1848), de Curitiba (1892), de Pouso Alegre (1900), e de Florianópolis (1906), ficando a diocese de São Paulo reduzida ao território do Estado de São Paulo; Dom Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti (30.09.1894 - 24.07.1897), Dom Antonio Candido de Alvarenga (25.03.1899 _ 01.04.1903), Dom José de Camargo Barros (24.04.1904 - 04.08.1906), e Dom Duarte Leopoldo e Silva (14.04.1907 - 13.11.1938). Durante seu governo inicia-se a construção da nova catedral em 1913 e São Paulo é elevada à categoria de arquidiocese, por decreto do Papa Pio X, quando são criadas de seu território as dioceses de Botucatu, Campinas, Ribeirão Preto e Taubaté, envolvendo a diocese de Curitiba como sufragânea até esta ser também elevada a Arquidiocese em 10 de maio de 1926.
TERCEIRA FASE DA DIOCESE (1920 a 1964)
Vive-se desde 1920 até 1964, a teologia da restauração católica, tendo como expoente o Cardeal D. Sebastião Leme do Rio de Janeiro. A Ação Católica se instala e cresce em todo o país, gerando filhos de porte intelectual como Alceu de Amoroso Lima. A ditadura militar de Getúlio Vargas de 1937-1945 encontra uma Igreja acomodada. O período populista e desenvolvimentista gerara a Democracia Cristã e uma teologia da neo-cristandade, seguida da teologia da recristianização da sociedade pela força do laicato organizado. Ao período das revoluções na década de 20, seguem-se as lutas por reformas sociais dos anos 30 e 40 até chegarmos ao golpe militar perpetrado em 1964. O fenômeno da urbanização marca a cidade de São Paulo que busca atender e responder de maneira tímida aos imensos desafios do urbano e da cultura emergentes.
Em 1940 a cidade possui 1.330.000 habitantes e segundo o censo, o Estado de São Paulo detinha 43 % da produção industrial e 35 % dos operários de todo país.
Foram arcebispos desta fase: Dom José Gaspar D'Afonseca e Silva (17.09.1939 - 27.08.1943), Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Mota (30.08.1944 - 25.04.1964).
O Cardeal Motta instalou a PUC em 02.09.1946 e inaugura a atual Catedral em em 25.01.1954. Iniciou em 20.04.1951 a Campanha "Uma Igreja em cada bairro", inaugura em 02.03.1956 a Rádio 9 de Julho fechada em 1973 pela ditadura militar e lança o primeiro número do jornal semanal "O São Paulo" em 25.01.1956. Em 1954, no IV Centenário da cidade, o Estado de São Paulo possuia 14 dioceses e a população da nossa Arquidiocese era estimada em mais de três milhões, o que a colocava como a maior do Brasil e segunda da América do Sul. Contava com 203 sacerdotes diocesanos num vastíssimo território com vários municípios da grande São Paulo.
QUARTA FASE DA DIOCESE (1964 até 1998)
A partir de 1964 até 1998 a Igreja brasileira vive sob o signo da teologia da libertação e da opção preferencial pelos pobres. É período de renovação da teologia bíblica, de distanciamento do poder político, particularmente no pastoreio de Dom Paulo Evaristo Arns. É o momento do surgimento das CEBs e da valorização dos movimentos sociais emergentes e de resistência face à ditadura militar. Da Igreja das catacumbas até a conquista da cidadania, a Igreja paulopolitana assume o rosto dos pobres e muda de lugar social assumindo a causa dos pequenos.
Deste período temos como pastores: Dom Agnelo Rossi (01.11.1964 - 22.10.1970) e Dom Frei Paulo Evaristo Arns, ofm (01.11.1970 - 14.04.1998).
Assim que assume a diocese Dom Paulo incrementa fortemente a participação dos leigos nos passos do Concílio Vaticano II. Realiza a Operação Periferia, vendendo seu palácio Episcopal e assume destemida defesa dos direitos humanos constantemente violados pela ditadura militar. Torna-se voz dos sem voz e arauto da justiça social em nossa pátria. É de sua responsabilidade a edição do "Brasil, nunca mais", marco na luta contra a tortura.
Cria novas regiões episcopais, realiza amplo plano de pastoral urbana e lança as bases para a ação colegiada na grande metrópole de São Paulo. Criou as condições essenciais para a entreajuda do projeto "Igrejas-irmãs". Nestes últimos 25 anos Dom Paulo cria 43 paróquias e incentiva e apoia o surgimento de mais de 2000 comunidades de base nas periferias da metrópole paulistana, particularmente nas atuais dioceses sufragâneas de São Miguel, Osasco, Campo Limpo e Santo Amaro, além das regiões de Belém e de Brasilândia. Esta era a resposta eficaz e efetiva ao crescimento desordenado, à miséria e à migração constante para a capital de São Paulo.
Em 1975 tem como bispos auxiliares, Dom José Thurler, Dom Benedito de Ulhôa Vieira, Dom Francisco Manuel Vieira, Dom Mauro Morelli, Dom Joel Ivo Catapan e Dom Angélico Sândalo Bernardino, cada qual assumindo uma das seis regiões episcopais, divididas em setores de pastoral com autonomia e dinâmica próprias. Ainda serão escolhidos Dom Luciano Mendes de Almeida, Dom Alfredo Novak, Dom Antonio Celso Queiroz, Dom Fernando Penteado, Dom Antonio Gaspar e Dom Décio Pereira.
Cada setor deverá assumir e articular as quatro prioridades escolhidas pelo povo: Comunidades eclesiais de base, Direitos humanos e Marginalizados, Mundo do Trabalho e Pastoral da Periferia.
A arquidiocese começa a agir de acordo com planos de pastoral, nos moldes da CNBB, fixando a cada dois anos e depois a cada 4 anos objetivos e prioridades pastorais para garantir eficácia e unidade pastoral evangelizadora. Hoje estamos no sétimo plano válido para os anos de 1995 a 1998. Sempre motivados pelo lema: De esperança em esperança. As atuais prioridades são: Saúde, Moradia, Mundo do Trabalho e Educação. Depois de inúmeras divisões de seu território a Arquidiocese têm a seguinte configuração no ano de 1995: Existem atualmente em 1995, seis regiões episcopais, cincoenta setores de pastoral, três vicariatos ambientais, 261 paróquias territoriais e pessoais, dez santuários, 461 comunidades eclesiais de base, 25 pastorais articuladas na cidade, 36 movimentos de leigos, coordenados por dezenas de ministros e ministras leigas, com o apoio também ministerial de 2337 religiosas, 771 sacerdotes diocesanos e religiosos, 59 seminaristas, seis bispos auxiliares e o pastor diocesano, Dom Paulo Evaristo Arns. A arquidiocese compreende somente 635.33 Km² dos 1509 Km² do Município. A população em 1995 é estimada em nove milhões de habitantes.
QUINTA FASE DA DIOCESE (1998 até hoje)
Dom Cláudio Hummes foi nomeado em 15.04.1998 Arcebispo de São Paulo e tomou posse em 23.05.1998. Foi criado Cardeal Presbítero do Título de Santo Antônio de Pádua na Vila Merulana em 21.02.2001, pelo Papa João Paulo II. O Papa Bento XVI nomeou, em 30 de outubro de 2006, Sua Eminência Cardeal Cláudio Hummes, OFM para Prefeito da Congregação para o Clero.
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Artigo publicado pelo Arcebispo de SC
Outubro: uma sacudida missionária
Outubro é, por excelência, o
mês missionário para a Igreja no
mundo inteiro; através das campanhas
missionárias e da coleta
feita no Domingo das Missões,
3º de outubro, tomamos consciência
renovada de que somos
uma comunidade de “discípulos
missionários” de Jesus Cristo; não
somos um grupo ou uma associação
voltada para seus próprios
interesses: estamos a serviço do
Evangelho do reino de Deus, da
Boa Nova da salvação para todos
os povos.
A Igreja existe para a missão;
todas as suas organizações, instituições,
iniciativas e também seus
bens existem para a realização da
missão recebida de Jesus Cristo. É
isso mesmo que a Conferência de
Aparecida diz: A Igreja, no Brasil,
na América Latina e no mundo
inteiro “necessita de uma forte
sacudida missionária, que não a
deixe instalar-se na comodidade,
no cansaço e na indiferença” (cf
nº 362). Isso requer uma “conversão
pastoral”, que nos leve a
incluir a preocupação missionária
em tudo o que somos e fazemos,
como Igreja.
Assim, a arquidiocese é o “corpo
missionário” de Jesus Cristo na
cidade de São Paulo, e isso precisa
aparecer sempre mais; e também
cada paróquia e comunidade,
cada escola, colégio, universidade
ou hospital ligados à Igreja, bem
como cada casa e comunidade
religiosa; e ainda cada pastoral,
movimento, associação de fiéis
e obra social, cada família e também
cada católico, pessoalmente.
Evidentemente, não todos serão
missionários do mesmo modo,
mas cada um, conforme o dom e
carisma recebidos de Deus, cada
qual com sua responsabilidade
própria na Igreja e na sociedade.
O mês missionário deste ano
inicia com alguns fatos significativos.
Refiro-me a dois, especialmente.
Em Roma, o papa Bento
XVI abriu no domingo, dia 4, a 2ª.
Assembléia Especial do Sínodo
dos Bispos para a África, que estap
rá reunida até o dia 25 de outubro,
com a participação de 33 cardeais,
79 arcebispos, 156 bispos, 29 peritos,
49 “ouvintes” e 5 “delegados
fraternos” de outras Igrejas cristãs
não-católicas.
A jovem Igreja da África é,
tipicamente, missionária, no meio
de povos, culturas, realidades
e situações que, em geral, ainda
foram pouco marcados pelo
Evangelho. Mas há vitalidade e
já aparecem os frutos do trabalho
missionário; mesmo assim, ainda
há muito a ser feito. O tema do
2º Sínodo da África reflete uma
preocupação missionária urgente
e atual: “A Igreja na África, a serviço
da reconciliação, da justiça
e da paz”. Também aqui, a preocupação
com as questões internas
das comunidades já estabelecidas
não deve levar a esquecer que o
Evangelho não é um bem apenas
para a Igreja, mas “Boa Nova para
todos os povos”, a ser proclamado
por ela com alegria, coragem e
perseverança. A presença da Igreja
no meio dos povos africanos
quer ser uma ajuda para que eles
possam reconciliar-se e superar
guerras e lutas fratricidas, vivendo
na justiça e na paz.
Outro fato missionário bonito e
promissor foi, no mesmo domingo,
dia 4 de outubro, o envio missionário
de 5 jovens leigos da Comunidade
Católica Shalom para Budapest,
capital da Hungria, a pedido
do arcebispo local, o cardeal Peter
Erdö. É notório que a “velha Eup
ropa”, que no passado nos enviou
tantos missionários, agora esteja
a nos pedir ajuda missionária.
Também outros apelos vêm da
França, Bélgica, Holanda... Os
tempos mudaram e nos mostram
que a evangelização nunca é um
fato concluído e estabelecido, de
uma vez para sempre, mas precisa
ser retomada a cada geração.
E aí entendemos por que a
Igreja na América Latina e no
Brasil nos chama à “conversão
pastoral”: não podemos ficar
tranqüilos e acomodados, com a
idéia falsa de que já foi feito tudo
o que se podia fazer... Nossas
comunidades e nossas famílias
precisam ser, hoje, ativamente
missionárias para que, amanhã,
a fé e a vida eclesial não fiquem
enfraquecidas e com o risco de
desaparecer... Com a permanente
atitude missionária, a Igreja se
mantém jovem e florescente.
Card. D.Odilo P. Scherer
Arcebispo de São Paulo
Publicado do Jornal O São Paulo do dia 06 de setembro de 2009
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Veja o vídeo do Dom Odilo no programa do Jô - TV Globo
Parte 3/3 - Jô Soares entrevista arcebispo metropolitano de São Paulo cardeal Odilo Scherer no Programa do Jô exibido dia 06/10/09
http://www.youtube.com/watch?v=PmGYlUuV-E4
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