sexta-feira, 10 de julho de 2009

Dez igrejas que valem a visita pela importância histórica, cultural ou arquitetônica




Consulte uma seleção de dez igrejas que valem a visita pela importância histórica, cultural ou arquitetônica

*A reportagem teve orientação dos professores Maria Lucia Bresson, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP), e Marcos Oliveira Costa, da Faculdade de Artes Plásticas da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP)

Veja também: Vida nova à Igreja da Boa Morte
03/07/2009
por Marcelo Cobra*


Catedral da Sé
Praça da Sé s/nº . Metrô Sé. Tel.: (11) 3107-6832


O destino religioso mais procurado pelos turistas que visitam a cidade é um impressionante templo neogótico, que figura entre os maiores do mundo e tem pé direito altíssimo: do chão à cúpula, são 65 metros. Dom Duarte Leopoldo e Silva, primeiro arcebispo da cidade, queria um templo tão grandioso quanto a metrópole que se anunciava no início do século XX. O arquiteto responsável é o alemão Maximillian Hehl (1861-1916). A igreja começou a ser construída em 1913 e foi inaugurada em 1954. Passou por um processo de restauração em 2000 e só em 2002 o projeto original foi definitivamente concluído.

Por que ir: repare na variedade de estilos – o gótico ganha um toque renascentista a partir da utilização de cúpulas, comuns nas igrejas italianas do século XV. A ornamentação esculpida em pedra inclui elementos da cultura brasileira. Folhas de café e animais como o tatu e o tucano aparecem em algumas colunas. Outra particularidade arquitetônica é a disposição dos espaços: poucas igrejas da cidade possuem essa configuração, dividida em cinco naves -- há quatro filas de pilares intermediários, além das paredes laterais. Por último, vale conhecer a cripta subterrânea. Com 619 metros quadrados, ela reúne tumbas de paulistanos ilustres e pode ser visitada mediante agendamento.

Quer saber mais? Há visitas monitoradas das 9h às 11h30 e das 13h às 17h30 (seg. a sex.), das 9h às 16h30 (sab.) e das 9h às 13h (dom.). Custa 4 reais.

>>Raio-X da Catedral da Sé

Igreja Nossa Senhora da Consolação
Rua da Consolação, 585. Tel.: (11) 3256-5356


Fica na Rua da Consolação, ao lado da Praça Franklin Roosevelt. O projeto também é de autoria do arquiteto alemão Maximillian Hehl, que o realizou quase simultaneamente à construção da Catedral da Sé. Apesar disso, o estilo é neo-românico [gênero que recria a arquitetura românica do século X, marcado por construções rigorosas, com paredes grossas] e possui características medievais, que precedem o período gótico. Em 2004, passou por um intenso processo de reforma. Seus vitrais foram trocados (e continuam em ótimas condições) e o altar principal, a fachada e a sacristia foram restaurados. É uma pena que a pintura interna continue prejudicada por um grave problema de infiltração.

Por que ir: a estrela é a pintura interna. Sua beleza resiste, apesar de ameaçada pela infiltração. Além das belas imagens nas cúpulas e nas paredes, há telas assinadas por grandes nomes da arte brasileira como Benedito Calixto e Oscar Pereira da Silva. Se interessar, o local abriga ainda um pequeno bazar repleto de obras religiosas como terços, bíblias, camisetas e imagens.

Basílica Nossa Senhora de Assunção
Largo de São Bento, s/n, centro. Metrô São Bento. Tel.: (11) 3328-8799


Faz parte do Mosteiro de São Bento – conjunto arquitetônico fundado em 1598 por Frei Mauro Teixeira, discípulo de José de Anchieta. Em 1965, com a chegada da estação ferroviária paulistana, a cidade passou a ter conexão fácil com o litoral. E, conseqüentemente, com o resto do mundo. A basílica foi reformulada sob a mesma influência que orientou mudanças em outros templos importantes da cidade: era preciso acompanhar a grandiosidade da metrópole. O interior é suntuoso e marcado por peças ricas que contrastam com a austeridade da fachada externa (de estilo neo-românico). Em 1992, o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental (Conpresp) tombou a construção.

Por que ir: além das peças raras de estatutária e das pinturas de primeiro nível, seu órgão com cerca de 7 mil tubos, fabricado na Alemanha, é um marco da cidade.A acústica é excelente e as apresentações de canto gregoriano nas missas dominicais atraem um público elevado (chegue cedo para garantir um lugar). Outro atrativo é a badalada padaria que comandada pelos monges. Entre os quitutes, o bolo dom bernardo leva café, chocolate, conhaque, nozes, pêssego e gengibre.

Igreja do Convento de São Francisco de Assis
Largo São Francisco, 133. Metrô São Bento. (11) 3291-2400


Localizada no Largo São Francisco, é dividida em duas congregações. A Venerável Ordem dos Frades Menores está ao lado da Faculdade de Direito da USP e pode ser visitada. Já a das Chagas do Seráfico Pai São Francisco da Venerável Ordem Terceira é uma instituição de frades leigos e está fechada devido a problemas estruturais. A igreja – uma das mais antigas da cidade – conseguiu manter parte de suas características originais. A fachada é simples e bastante representativa do barroco paulistano. Foi construída em taipa de pilão, assim como muitas outras igrejas contemporâneas.

Por que ir: para observar características típicas da arquitetura brasileira do período colonial

Mosteiro da Luz
Av. Tiradentes, 676, Luz. (11) 3326-1373


Inspirado em templos da Bahia e do Rio de Janeiro, Frei Antonio de Sant’Anna Galvão (1739-1822) projetou e fundou o Mosteiro da Luz, datado de 1774. Sua planta octogonal é uma característica que não fazia parte da arquitetura paulistana da época. A obra conseguiu se manter até hoje com uma das principais construções de taipa de pilão da cidade. Muito bem conservada, abriga ainda o Museu de Arte Sacra, com mais de 4 000 obras, entre imagens de santos, retábulos, oratórios, livros e moedas pontifícias (um dos mais importantes acervos de arte sacra no Brasil).

Por que ir: além dos atrativos arquitetônicos e do Museu de Arte Sacra, o que leva as pessoas ao mosteiro é o próprio frei Galvão. O primeiro santo genuinamente brasileiro, santificado em 2007, está enterrado no altar principal, local em que os fiéis costumam deixar flores e bilhetes. As pílulas “milagrosas” são o atrativo principal (a fila para conseguir os pacotinhos costuma ser numerosa, faça chuva ou sol).

>>Raio-X do Museu de Arte Sacra

Capela Beato José de Anchieta
Largo Pateo do Colégio, Centro. Tel.: (11) 3105-6898


A obra atual da Capela Beato José de Anchieta, no Pátio do Colégio, é polêmica. Há trinta anos, a construção original foi substituída por uma réplica. “A igreja perdeu todo o seu valor histórico”, afirma José Eduardo Lefèvre, presidente do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental (Conpresp). A substituição por uma nova obra foi consequência do processo de industrialização que transformou o cenário da cidade no início do século XX.

Por que ir: polêmicas à parte, o local tem história para contar. Sua localização representa o ponto exato da fundação da cidade. O passeio fica completo com uma visita ao Museu Anchieta, anexo à capela, com cerca de 700 peças, entre maquetes, pinturas, esculturas e outros objetos.

>>Raio-X do Pátio do Colégio

Catedral Metropolitana Ortodoxa
Rua Vergueiro, 1515, Paraíso. Tel.: (11) 5579-3835


Inaugurada em 1954 pelas comunidades árabe, sírio e libanesa, tem projeto baseado no da Catedral de Santa Sofia, em Istambul (Turquia). As missas acontecem aos domingos. Fique atento: para visitar o local durante a semana é preciso tocar um interfone no portão de entrada.

Por que ir: preste atenção na maneira como a catedral adapta o estilo das igrejas gregas bizantinas (prédio quadrado com cúpulas).

Capela de São Miguel Arcanjo
Praça Padre Aleixo Monteiro Mafra, 11, São Miguel Paulista. Tel.: (11) 2031-9785


Para chegar na Capela de São Miguel Arcanjo, em São Miguel Paulista, na Zona Leste da cidade, é preciso percorrer um longo caminho. Mas a relevância histórica compensa o esforço. Fundada em 1662 por padres jesuítas, é a igreja mais antiga da cidade e uma das primeiras a serem tombadas pelo patrimônio histórico nacional. A obra segue o estilo bandeirante e também foi realizada com taipa de pilão. Em 2006, passou por um processo de restauração que se estendeu por dois anos. Neste ano, uma nova reforma foi iniciada e o templo só deve reabrir para visitação em setembro.

Por que ir: além da relevância histórica, a Capela de São Miguel Arcanjo tem características peculiares. Uma varanda externa está disposta na fechada e em parte da lateral. É uma marca especial de algumas igrejas brasileiras, localizadas em áreas de clima quente e úmido. O ano de fundação – 1622 - está inscrito em uma verga da porta principal. É uma raridade.

Igreja Imaculado Coração de Maria
Rua Jaguaribe, 735, Santa Cecília. Tel.: (11) 3666-0756


A igreja fica na rua Jaguaribe, no bairro de Santa Cecília. Seu projeto surgiu para substituir a Capela Beato José de Anchieta, no Pátio do Colégio, demolida em 1986 pelo governo estadual. É a primeira catedral de São Paulo. O complexo processo de restauração foi iniciado em 1993 e até hoje não terminou. Mesmo assim, o visual interno impressiona. São pinturas, lustres, vitrais e imagens de origem espanhola.

Por que ir: o espaço mais bonito é a Capela Santíssima, dentro da igreja, e com as pinturas completamente restauradas. O destaque é a tela que retrata Nossa Senhora. No salão principal, não deixe de observar a bela imagem de Santa Teresinha, protegida por uma porta de vidro.

Igreja Nossa Senhora do Brasil
Praça Nossa Senhora Brasil, 1 - Jardim América. Tel.: (11) 3082-9786


É uma das igrejas mais disputadas da cidade para festas de casamentos. Muitas, aliás, figuram em colunas sociais dos jornais paulistanos. É necessário agendar a cerimônia com no mínimo dois anos de antecedência. Fica na Praça Nossa Senhora do Brasil, no Jardim América (no cruzamento entre a Av. Brasil e a Rua Colômbia). O arquiteto responsável pelo projeto é o brasileiro Bruno Simões Magro, que utilizou como base igrejas barrocas brasileiras e portuguesas. O estilo é o neo-colonial, muito popular na arquitetura paulistana dos anos 20 e 30.

Por que ir: o projeto foi muito bem realizado e utiliza como referência a nossa própria arquitetura. É muito a semelhante a algumas igrejas do estado de Minas Gerais.

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